sexta-feira, 21 de maio de 2010

Cardiopatia Hipertensiva


Observar nesta foto a intensa hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo (VE).
Trata-se de uma resposta adaptativa do miocárdio aos altos níveis pressóricos.
Existem critérios para se definir a existência de doença cardíaca hipertensiva:
1- hipertrofia do VE, usualmente concêntrica, na ausência de outras patologias cardiovasculares que possam tê-la causado
2- história clínica ou evidência patológica de hipertensão arterial sistêmica (HAS)

Morfologicamente o coraçao vai aumentar de peso desproporcionalmente ao aumento de tamanho global (já que inicialmente a hipertrofia é concêntrica e não há a princípio dilatação). Isso é uma resposta à sobrecarga de pressão pela HAS. A parede do VE se espessa (pode passar de 2cm). A hipertrofia dificulta o enchimento diastólico do VE e, com o tempo, pode ocorrer dilatação do átrio E. Essa dilatação do AE pode eventualmente levar a fibrilação atrial.
Com o tempo, os mecanismos de adaptação deixam de ser eficientes e inicia-se a fase de cardiopatia descompensada.
Em alguns pacientes o primeiro sinal de cardiopatia hipertensiva pode ser justamente uma FA. Outros são totalmente assintomáticos mas já se observa alterações ao ECG e ECOcardiograma. De qualquer forma, se não tratado ou tratado inadequadamente, a descompensação surgirá manisfestando-se como ICC.
Aliás a evolução vai depender muito da duração da HAS e do tratamento adequado.
A médio e longo prazo poderemos ter:
* permanecer assintomático e falecer de outras causas
* desenvolver cardiopatia isquêmica (a HAS acelera e piora a aterosclerose)
* sofrer um AVC
* sofrer dano renal progressivo
* risco de morte súbita

Lembrar que estamos falando da hipertensão arterial sistêmica causando cardiopatia (VE), mas há ainda a cardiopatia hipertensiva pulmonar ou cor pulmonale crônico (VD).

Fontes:
*http://vsites.unb.br/fs/clm/labcor/Slidaula/Hipert03/HipP002.JPG
*Robbins & Cotran