sábado, 22 de maio de 2010

Insuficiência Cardíaca



Na IC, o padrão da hipertrofia reflete a natureza do estímulo.
* sobrecarga de pressão (HAS, estenose aórtica): ocorre uma hipertrofia concêntrica (espessamento da parede do ventrículo)
* sobrecarga de volume (regurgitação mitral): ocorre dilatação com aumento do diâmetro ventricular (mecanismo de Frank-Starling); ocorre hipertrofia também, mas por causa dilatação muitas vezes não se nota essa hipertrofia, ou seja, a espessura da parede pode parecer normal ou até menos espessa que o normal; portanto, a espessura da parede como único critério, pode não ser um bom parâmetro na avaliação da sobrecarga por volume.

Fonte: Robbins & Cotran

Hipertrofia dos ventrículos E e D (comparação)


Nestas 2 fotos comparar as hipertrofias dos ventrículos E e D.
Em A é o VE que está hipertrofiado pela sobrecarga de pressão num caso de HAS.
Em B o VD está hipertrofiado (cor pulmonale crônico) devido à hipertensão pulmonar.
No cor pulmonale crônico podemos ter ainda dilatação e potencial falência cardíaca D.
Causas de hipertensão pulmonar e cor pulmonale crônico: DPOC, fibrose cística, fibrose intersticial difusa, tromboembolismo pulmonar recorrente, etc.


Fonte: Robbins & Cotran

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Cardiopatia Hipertensiva


Observar nesta foto a intensa hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo (VE).
Trata-se de uma resposta adaptativa do miocárdio aos altos níveis pressóricos.
Existem critérios para se definir a existência de doença cardíaca hipertensiva:
1- hipertrofia do VE, usualmente concêntrica, na ausência de outras patologias cardiovasculares que possam tê-la causado
2- história clínica ou evidência patológica de hipertensão arterial sistêmica (HAS)

Morfologicamente o coraçao vai aumentar de peso desproporcionalmente ao aumento de tamanho global (já que inicialmente a hipertrofia é concêntrica e não há a princípio dilatação). Isso é uma resposta à sobrecarga de pressão pela HAS. A parede do VE se espessa (pode passar de 2cm). A hipertrofia dificulta o enchimento diastólico do VE e, com o tempo, pode ocorrer dilatação do átrio E. Essa dilatação do AE pode eventualmente levar a fibrilação atrial.
Com o tempo, os mecanismos de adaptação deixam de ser eficientes e inicia-se a fase de cardiopatia descompensada.
Em alguns pacientes o primeiro sinal de cardiopatia hipertensiva pode ser justamente uma FA. Outros são totalmente assintomáticos mas já se observa alterações ao ECG e ECOcardiograma. De qualquer forma, se não tratado ou tratado inadequadamente, a descompensação surgirá manisfestando-se como ICC.
Aliás a evolução vai depender muito da duração da HAS e do tratamento adequado.
A médio e longo prazo poderemos ter:
* permanecer assintomático e falecer de outras causas
* desenvolver cardiopatia isquêmica (a HAS acelera e piora a aterosclerose)
* sofrer um AVC
* sofrer dano renal progressivo
* risco de morte súbita

Lembrar que estamos falando da hipertensão arterial sistêmica causando cardiopatia (VE), mas há ainda a cardiopatia hipertensiva pulmonar ou cor pulmonale crônico (VD).

Fontes:
*http://vsites.unb.br/fs/clm/labcor/Slidaula/Hipert03/HipP002.JPG
*Robbins & Cotran

Artérias coronárias e as Câmaras cardíacas


As artérias coronárias constituem-se nos primeiros ramos emergentes da aorta, logo acima do plano valvar aórtico, e seu início pode ser observado nos dois óstios das artérias coronárias, situados nos seios aórticos ou seios de Valsalva direito e esquerdo.
Em linhas gerais
A coronária direita irriga:
* átrio e ventrículo direitos
* porção posterior do septo interventricular
* nós sinusal e atrioventricular
* parte da parede posterior do ventrículo esquerdo
A coronária esquerda irriga:
* parede ântero-lateral do ventrículo esquerdo
* átrio esquerdo
* e da porção anterior e mais significativa do septo interventricular

Características Anatômicas das Câmaras Cardíacas

O Átrio Direito
O Átrio Direito recebe a veia cava superior e inferior e o seio coronário. As veias cavas canalizam o sangue venoso sistêmico e o seio coronário retorna sangue das coronárias. O assoalho do átrio direito é a valva tricúspide, que se abre no ventrículo direito .
A aurícula direita (ou apêndice atrial) é uma projeção da cavidade atrial em “dedo de luva”, que recobre o sulco AV a direita.

O Ventrículo Direito
No ventrículo direito, as trabéculas são grosseiras, ocupando toda a parede livre e a superfície septal, dando um aspecto esponjoso a parede.
O Ventrículo direito contém 3 músculos papilares, que se projetam para a cavidade e suportam as cordas tendíneas que se ligam as bordas dos folhetos da valva tricúspide. Os folhetos por sua vez se ligam a um anel fibroso que sustenta o aparelho valvar entre o átrio e o ventrículo.

O Átrio Esquerdo
As paredes do átrio esquerdo também são mais espessas e mais lisas, estando as trabéculas restritas ao apêndice atrial que possue um formato diferente da aurícula direita, geralmente de borda chanfrada, com projeção digitiforme de sua extremidade, além de uma base mais estreita com um colo, separando mais nitidamente a aurícula do resto da cavidade atrial, ao contrário do que ocorre 'a direita. Quatro veias pulmonares deságuam no átrio esquerdo.

O Ventrículo Esquerdo
A cavidade ventricular esquerda possui uma forma cônica e trabéculas mais finas de aspecto entrelaçado e concentrada próximo ao ápice. A face septal é mais lisa, desprovida de trabéculas. A espessura das paredes ventriculares é 3 vezes maior que a do ventrículo direito.
A câmara ventricular contém 2 músculos papilares grandes. As cordas tendíneas também são mais espessas, apesar de menos numerosas.

Avaliação morfológica das cavidades no coração anormal.
As características morfológicas específicas de cada câmara cardíaca, permitem a sua identificação mesmo frente a estados patológicos.
A determinação do situs começa pelo reconhecimento dos átrios direito e esquerdo, verificando se a morfologia dos átrios são concordantes com suas posições espaciais. As aurículas ou apêndices atriais oferecem, nesse particular, subsídios para esta detecção.
As conexões venosas não devem ser tomadas isoladamente como marca anatômica dos átrios, uma vez que podem existir anomalias tanto ao nível das veias sistêmicas quanto das pulmonares. As veias cavas superior e inferior chegam posteriormente no átrio morfologicamente direito. Já os dois pares de veias pulmonares conectam-se ao teto do átrio esquerdo.

O padrão trabecular dos ventrículos direito e esquerdo mostra diferenças significativas entre si, sendo um importante parâmetro na caracterização ventricular, sobretudo nos corações mal formados. Outros parâmetros são aposição de um ventrículo em relação ao outro (sendo o direito encontrado superiormente ao morfologicamente esquerdo) e a anatomia da valva atrioventricular presente. Invariavelmente a valva tricúspide acompanha o ventrículo anatomicamente direito, e a mitral o esquerdo.

Fonte: http://www.manuaisdecardiologia.med.br/Anatomia/anatomia_Page357.htm

Anatomia do coração


Relembrando a anatomia da superfície externa do coração, de forma bem básica. Observar a posição dos grandes vasos e das coronárias.

Lembrar que a posição da a. descendente anterior costuma dar boas pistas sobre a existência ou não de hipertrofia dos ventrículos.
Por exemplo: a hipertrofia do ventrículo E faz com que a a. descendente anterior, que normalmente "aponta" para a ponta (ápice) do coração fique desviada para a direita.

Fonte: http://www.manuaisdecardiologia.med.br/Anatomia/anatomia.htm